ENTREVISTA: MÃE BETH DE OXUM, MUDAR OLINDA PRA MELHOR, PELA CULTURA POPULAR


Na retomada às entrevistas com (agora) candidatos ao cargo de vereador em Olinda, procuramos Mãe Beth de Oxum, que vem como um dos nomes da chapa do PCdoB nessas eleições. Nas conversas, falamos sobre suas avaliações acerca da dinâmica política na cidade e seus projetos enquanto alternativa para o povo olindense.

Mãe Beth de Oxum é Iyalorixá do Ilê Axé Oxum Karê, mestra coquista e comunicadora pernambucana, com mais de 30 anos de atuação em Olinda. Há 22 anos, fundou a sambada de Coco no bairro do Guadalupe junto com seus filhos e seu companheiro, o músico Quinho Caetés. Essa sambada acontece mensalmente e é um importante movimento de valorização da cultura popular nordestina. Também é fundadora do Afoxé Filhos de Oxum, um dos primeiros a incluir mulheres na percussão. 

Em sua atuação junto ao povo, Mãe Beth se destaca, sobretudo nas lutas contra a intolerância religiosa, combate ao racismo. Por meio da cultura popular, defende e busca melhorias para o povo, bem como é militante aguerrida em favor da democratização da comunicação. 

É criadora do Cineclube Macaíba, que promove exibições com sentimento de pertencimento com a cultura popular. Compõe o Coletivo Mídia Livrista Nordeste Livre, o qual criou a Rádio Comunitária Amnésia, do ponto de cultura Coco de Umbigada que funciona na sua casa no Beco da Macaíba.

E frente a sua candidatura à vereadora, Mãe Beth de Oxum se coloca na disputa, pois acredita que pode contribuir mais para construção política, cidadania, resistência e igualdade social. Vejamos a entrevista.

1. Atualmente, o clima eleitoral vem pautando a maioria das discussões politicas nos municípios, fato esse que provoca a sociedade civil organizada a também fazer o debate sobre a cidade e seus rumos administrativos. Dessa feita, como sua atuação junto aos movimentos sociais pode trazer subsídios para se pensar sobre Olinda?

Inicialmente precisamos refletir sobre a cidade que nós queremos? Seria uma cidade para prédios, carros e estacionamentos ou uma cidade para pessoas? Eis o primeiro ponto que reflito para chegarmos naquilo que queremos para Olinda.

Penso que Olinda precisa ser repensada, sobretudo na sua política cultural e gestão pública. Que ela se estabeleça não apenas por ciclos (Carnaval, São João, Natal etc.), e sim, que se estabeleça pelos territórios, onde esses precisam ser identificados, fortalecidos e que suas potencialidades sejam fortalecidas. E essas ações, sobretudo no âmbito da produção cultural é de fundamental relevância para constituirmos uma nova lógica política ao povo olindense.

Visto minha experiência junto aos movimentos sociais, penso que precisamos difundir as tradições e os brinquedos da cultura popular de todo território olindense (coco de roda, maracatu de baque solto e virado, cavalo marinho etc.). como forma de fortalecimento dos territórios. Foi assim que fizemos, quando resolvemos arregaçar as mangas e fazer do Guadalupe uma referência cultural na cidade. E por que não estender isso para os demais locais? Por mais de 25 anos estamos construindo essas práticas aqui no bairro, juntando a cultura popular com o povo, construindo cidadania e buscando melhorias coletivas, mas precisamos ampliar essas ações, percebendo a cidade como um todo.

Podemos mudar Olinda pra melhor, e a cultura popular é o caminho!

2. Como o coletivo avalia a gestão municipal de Olinda, principalmente no que diz respeito às políticas e equipamentos culturais?

Avalio da pior forma possível, principalmente quando sabemos que a cidade é patrimônio cultural. Não podemos conceber que a gestão cultural aqui implantada seja apenas voltada aos seus casarios edificados. Nossas políticas precisam enxergar a totalidade da cultura do seu povo. Olinda é uma cidade preta, cheia de terreiros de matriz africana e afro indígena, temos muitos brinquedos, blocos, afoxés, cocos, maracatus etc. O que percebemos é a perseguição aos nossos tambores, que sofrem com a intolerância e pelo racismo institucional e estrutural, que se esconde, em muitos casos, nas próprias legislações, a exemplo da lei de pertubação do sossego. 

Em Olinda, existem leis que calam nossos tambores, e cadê as políticas que façam nossas vozes ecoarem? Considero a atual gestão cultural como uma das piores, frente a história do município. Um prefeito alinhado as políticas bolsonaristas e atrelados as políticas mais atrasadas, sobretudo no que tange as práticas machistas, racistas, transfóbicas, dentre outras práticas perversas à sociedade. 

Estamos em contexto de pandemia, mas a gestão pública, principalmente a cultural, não conseguiu apontar nem as mínimas respostas para atender as necessidades da cadeia produtiva local. Não é essa política que queremos, nem para os artistas, tampouco para os territórios.

3. Como você avalia o atual trabalho da câmara de vereadores?

Eu sei que tem uma câmara de vereadores pelo fato de que pessoas ali, naquele prédio, pelo menos recebem salários. O povo infelizmente não se reconhece nos seus parlamentares, convivemos com péssimos exemplos de vereança. Inicialmente pela hegemonia masculina no universo dos vereadores e pelo fundamentalismo que ali habita.

Infelizmente não temos artistas ou fazedores de cultura atuando na câmara de vereadores e isso implica em prejuízos na construção de leis que apontem e fortaleçam de maneira estratégica e visando o bem do povo e do desenvolvimento, a formulação de políticas culturais, sobretudo numa perspectiva territorial.

Inexiste o compromisso legislativo com a cultura, nem em sua dimensão simbólica, tampouco na econômica, e isso numa cidade que é patrimônio. Uma contradição enorme. O que falta em nossa câmara municipal é a diversidade e a representatividade de seu povo. Onde estão as mulheres, o povo de terreiro, os homossexuais e as demais minorias naquele espaço? É hora do "pau comer" e virarmos esse jogo! E com um poder legislativo que seja alinhado com seu povo e seus territórios.

4. Na condição de candidata à câmara de vereadores, quais seriam os principais eixos de atuação desse mandato?

Elencamos que nossa candidatura trabalhará com importantes eixos, onde o que mais se destaca é a defesa e o compromisso com a cultura em nossa cidade, principalmente por meio de nossas experiência comprovada com as práticas e políticas culturais. Não queremos falar de cultura em Olinda apenas no carnaval ou nas eleições. Almejamos apontar a política cultural como eixo prioritário para o povo e economia olindense.

Faremos uma política cultural que enxergue nossas costureiras, as tapioqueiras, os músicos, os artesãos, os bonequeiros, os produtores, os fazedores de estandartes etc.

No âmbito da mobilidade, teremos o compromisso em construir mais ciclovias em todos os bairros. Na saúde, entendemos a necessidade de fortalecimento do atendimento público ao povo, bem como a questão da ampliação do saneamento básico.

Em todas essas discussões, percebemos a cultura, enquanto elemento político que possibilite melhorias ao povo e à cidade. Por exemplo, a escola e as ações educacionais precisam ser repensadas como locais estratégicos para uma construção de fortalecimento das identidades territoriais em Olinda. E pra isso, precisamos de leis e uma atuação parlamentar compromissada com esses debates.

E percebendo a nossa experiência como movimento social e cultural, temos o orgulho de ter, por meio da escola do nosso bairro e sua interação, tanto com com as inovações tecnológicas, quanto com os mestres da cultura popular, que levamos para dentro das salas e para a realidade dos estudantes, contribuímos com o aumento da qualidade de vida e do desenvolvimento humano no Guadalupe. E porque não transformar esses êxitos em políticas municipais? Porque não construir emprego e renda por meio da cultura, em Olinda. Esse é o nosso compromisso.

IDEB: UM DESAFIO À EDUCAÇÃO DE OLINDA


Por Wallace Melo Barbosa

Na última semana, todos os municípios puderam ter acesso aos resultados do IDEB, importante índice que mensura o desempenho da aprendizagem nas escolas, das redes públicas (municipal, estadual e federel) e particulares.

A verificação é percebida de forma bienal e observa as últimas turmas do ensino fundamental (anos iniciais e finais) e médio. E diante dos resultados percebidos no Ideb em Olinda, na observância da rede municipal de ensino é possivel construirmos importantes reflexões sobre a política educacional da cidade. Vejamos.

Ainda que crescente, os números aferidos pelo Ideb em Olinda, observando as escolas municipais, exceto nas turmas do 9°ano, não conseguiram chegar na meta estabelecida à cidade.

Em 2017, o resultado do Ideb das turmas do 5° ano das escolas municipais foi 4.5, quando a meta estipulada era de 4.8. Em 2019, chegamos a nota 5.0, mas o estipulado era 5.1. 

Na rede estadual, os números são mais positivos, considerando 2019. Temos um 9° ano com nota 4.4 e o 3° ano/ ensino médio com 4.2, índices superiores as metas estipuladas para as turmas, que foi 4.2 e 4.1, respectivamente. 

Retornando à realidade da rede municipal de Olinda, atribui-se ao aumento das médias,  sobretudo ao trabalho e dedicação dos docentes da rede, esses de fato, merecem nossos agradecimentos, uma vez que, é difícil obter resultados, quando ainda carecem,  de estruturas mínimas para a realização de um trabalho qualificado nas escolas.

Nesse contexto, ao observar tais resultados, podemos perceber alguns desafios à educação municipal. Um primeiro se dá pela necessária politica de valorização docente na rede e um segundo, seria a consolidação de mais recursos investidos nas estruturas das nossas escolas municipais, pois o muito que foi feito, ainda não é o suficiente para conseguirmos chegar aos patamares desejados.

Esperamos que a educação e a rede municipal sejam objetos das plataformas eleitorais daqueles que postulam a chefia do executivo em Olinda. Uma.vez que, o desafio posto, após os resultados do Ideb é, nesse momento, a busca pelo cumprimento das metas. E reconheçamos que não será facil, haja vista a pandemia, a suspensão das aulas presenciais e a debilidade no acesso ao ensino remoto, por parte da maioria do alunado da rede.

O Ideb apontou um desafio à cidade, e precisamos juntos, cobrar aos poderes públicos responsáveis, por uma politica que proporcione o desenvolvimento educacional, sobretudo com  valorização docente e a constituição de uma rede municipal mais estruturada e qualificada, para um efetivo atendimento às familias e esrudantes olindenses.

Para saber mais sobre o Ideb de Olinda, acesse aqui.

Wallace Melo Barbosa é professor e diretor de comunicação da Unacomo.

ENTREVISTA: PROFESSOR BRASIL, PELA EDUCAÇÃO E POR OLINDA



Ainda seguindo o roteiro de entrevistas com possíveis candidatos à camara de vereadores, conversamos com o professor Brasil, que vem se apresentando como alternativa de representação política aos olindenses.

Formado em História, o professor Brasil atua nas redes estadual e particular, tem experiência no trabalho legislativo, pois já trabalhou como assessor parlamentar e tem dedicado muitos anos à militância pela educação, na defesa dos direitos da classe trabalhadora e na atuação de projetos sociais em alguns bairros de Olinda. Vejamos a entrevista.

1. Atualmente, o clima eleitoral vem pautando a maioria das discussões politicas nos municipios, fato esse que provoca a sociedade civil organizada a também fazer o debate sobre a cidade e seus rumos administrativos. Dessa feita, como o seu trabalho social, pode trazer subsídios para se pensar sobre Olinda?

Os dias não têm sido fáceis para a população brasileira, principalmente para as famílias mais empobrecidas. O desemprego, o aumento das desigualdades sociais, o ataque sistemático aos direitos sociais são traços de uma agenda política posta ao Brasil, que vem penalizando grande parte do nosso povo e garantindo privilégios a uma elite, historicamente posta no Brasil. Os ataques a democracia também são marcas de uma conjuntura política desfavorável à nação.  

No entanto, é fundamental teagir a esse estado de coisas. Por isso que pecisamos resgatar os movimentos participativos, colocar a população como agentes da sua própria vontade. Precisamos, urgentemente, voltar a ouvir as pessoas, principalmente, as dos bairros mais afastados e periféricos.

Ou seja, pensar sobre Olinda hoje, é perceber a cidade como fruto dessa política nociva e a partir daí, estabelecer novos horizontes ao povo, colocando a democracia e a garantia dos direitos como o centro de nossa luta e atuação. 

2. Como você avalia a gestão municipal de Olinda?

Vejo a atual gestão como muitos atletas iniciantes, ou seja, chegou achando que iria resolver tudo, trazer soluções, porém, lhe faltou um pouco de humildade e conhecimento em gestão pública e social. E é por isso que o governo Lupércio não tem conseguido apresentar mudanças ou politicas estruturantes à cidade.

3. Como você avalia o atual trabalho da camara de vereadores?  

Infelizmente a acomodação tornou-se um slogan carimbado, não apenas nesta gestão legislativa, mas, em outras passadas. Precisamos oxigenar a câmara, trazer novos agentes populares, novos pensamentos sociais.

4. Na condição de um possível pre-candidato ao cargo de vereador, quais seriam os principais eixos de atuação para o seu mandato?

Quero trabalhar fortemente na questão educacional, buscarei levar oportunidades para crianças, adolescentes e jovens com preparatórios para escolas técnicas e Enem. Também buscarei estabelecer, dentro do âmbito social, algumas parcerias, visando assim, ajudar pessoas que estão em certa vulnerabilidade. 

Acredito muito também na união entre esportes e educação, na construção de uma política de desenvolvimento ao munícipio e por fim, penso num mandato que contribua também com o fortalecimento dos serviços públicos,  com valorização dos servidores e o estabelecimento de canais de escuta constante à população de Olinda, sobretudo aos movimentos sociais.

ENTREVISTA: VINICIUS CASTELLO, EM DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS E DAS PERIFERIAS


Tivemos a oportunidade de conversar com Vinicius Castello, que milita em defesa dos direitos humanos, sobretudo para as populações das periferias de Olinda.

Vinicius Castello é advogado, coordenador do coletivo Quilombo Marielle Franco e faz parte do Movimento Negro Unificado (MNU). Também é membro da comissão de igualdade racial da Ordem dos Advogados de Pernambuco e do núcleo de estudos constitucionais e políticas públicas da OAB/Olinda. Vejamos a entrevista.

1. Atualmente, o clima eleitoral vem pautando a maioria das discussões politicas nos municipios, fato esse que provoca a sociedade civil organizada a também fazer o debate sobre a cidade e seus rumos administrativos. Dessa feita, como o seu trabalho social, pode trazer subsídios para se pensar sobre Olinda? 

Meu trabalho social tem o intuito de fazer o que venho feito a anos: pautar a periferia. É entendendo a periferia como potência, como estrutura de uma sociedade que nos diz que somos miseráveis e ignorantes que me lanço enquanto periférico para representar o povo que sabe na vivência o que é não ter direitos. É através de ações diretas que movimente a econômica, cultura, educação e mudando uma realidade já fadada a posições estabelecidas muito antes da nossa existência que estamos construindo, coletivamente, essa candidatura. É entendendo que quem movimento a cidade de Olinda são as pessoas pobres que o trabalho social será feito, pois acredito que a política de base só pode ser de fato evidenciada através de ações efetivas. Esse é o nosso objetivo. 

 2. Como você avalia a gestão municipal de Olinda? 

A gestão atual de Olinda é uma gestão fadada ao fracasso. Fracasso porque não há sensibilidade em entender a demanda do povo. Não há participação popular. Não há escuta, empatia, solidariedade. Não há satisfação em trazer quem vive a realidade do povo olindense para o debate. Precisamos entender que a democracia só pode ser valida se o povo estiver sendo contemplado e infelizmente não é o que estamos vendo na gestão atual. 

 3. Como você avalia o atual trabalho da camara de vereadores? 

Ineficiente. A primeira câmara do Brasil deveria ser o retrato de como a sociedade é: diversa. Mas indo contrário a isso, não vemos vereadores que tenham compromisso com a população, que saiba do peso que é estar ocupando esse espaço, que represente pautas da sociedade e esteja alinhado com quem faz política em todos os bairros da sociedade. O que temos, hoje, são representantes que o povo não se vê. Que não atua durante o mandato e que não conseguem ter credibilidade. Só podemos ter uma câmara de fato representativa quando tivermos pessoas aptas a estarem nesses espaços. 

 4. Na condição de um possível pre-candidato ao cargo de vereador, quais seriam os principais eixos de atuação para o seu mandato?

Minha candidatura vem para trazer empoderamento para a periferia. É na periferia que pretendemos atuar. Com o povo, com a base. Luto contra toda e qualquer forma de opressão pois sou ativista em direitos humanos, o que me coloca numa posição de lutar pelo direito de todas as pessoas, sem exceção. Eu luto por um mundo mais justo, equânime, inclusivo, de direitos. É entendendo o meu corpo como um ato político que me lanço como opção dentro de um município que falha em ter bons representantes!

ENTREVISTA: IGOR BELCHIOR E UMA OLINDA PARA TOD@S!

E seguindo o roteiro das nossas entrevistas com lideranças que postulam a possibilidade de uma vaga na câmara de vereadores, conversamos com Igor Belchior, dirigente do PSB, partido que é filiado há quase 20 anos.

Igor é professor, formado em história e conhecido pela sua atuação em diversas frentes, no movimento estudantil, foi diretor da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP), no movimento sindical e nas lutas comunitárias, como liderança e presidente da ONG Coletivo Beco Cultural, que atua nas áreas da cultura, educação popular e comunicação comunitária.

Vejamos a entrevista.

1.Como você avalia a gestão municipal de Olinda?

A minha avaliação da atual gestão Municipal, é que durante 4 anos nenhum morador da Cidade vai encontrar uma única se quer "Obra Estruturadora" na Cidade. A gestão Lupércio se resumiu a trocar lâmpadas e cortar mato, e pequenas obras de Manutenção e Limpeza. Estamos falando de uma Cidade de 400 mil habitantes, que tem problemas estruturais de vários anos, e é preciso ter um mixto de experiência administrativa e política, coisa que não se viu nessa gestão. 

A cidade acumula problemas na falta da preservação do patrimônio histórico, ambiental e turístico, além do déficit de planejamento para desenvolvimento econômico e social. Além dissi, temos outra falha grave na gestão Lupércio, a vacância de um canal de interlocução com a população, não existe essa troca ou diálogo, sobretufo nos conselhos de representatividade. Só podemos reprovar essa gestão.

2. Como você avalia o atual trabalho da camara de vereadores?

Sobre avaliação da atual Legislatura da Câmara Municipal de Olinda, eu posso afirmar sem sombra de dúvidas que essa Legislatura 2016-20 é a pior da História da Casa Bernardo Viera de Melo. Dos atuais 17 vereadores, 5 nunca apresentaram um Projeto de lei, inclusive tem vários que nunca discursaram na tribuna, são conhecidos como a bancada do "Sim" e do "Não". O grau de produção de projetos de lei para o Município é horrível, infelizmente tem vereador que não sabe o que está fazendo ali. Se a gente analisar que o poder legislativo é o principal canal de diálogo com o povo, saberíamos que Audiências Públicas são ferramentas importantes para os anseios da população Olindense, esses mecanismos são lendários na CMO.

3. Na condição de um possível pre-candidato ao cargo de vereador, quais seriam os principais eixos de atuação para o seu mandato?

Nossos principais eixos de atuação numa eventual legislatura, seria de primeira ordem uma ruptura com o atual modelo de Democracia Representativa no Legislativo, instalando uma Democracia Participativa, como por exemplo criação de lei onde ao menos uma vez no mês sessão e audiência pública seriam levados para um Bairro da cidade no horário noturno em um equipamento público Municipal, isso faz com que a população não seja apenas representada mais escutada. 

Atuaremos em defesa sobretudo da população de vulnerabilidade social, com leis propositivas em defesa da Mulher, do Negro, LGBTs, dos Beneficiários do Cadunico. Vamos defender uma atuação em defesa da Educação Pública, da Saúde Pública, do Turismo de Patrimônio Histórico como mola do Desenvolvimento Econômico Olindense.

Vamos defender uma instalação de uma ouvidoria parlamentar em defesa do Servidor público Municipal, e dos Movimentos Sociais, Esportivos e Culturais, e também uma criação de uma cooperação das casas Legislativas de Cidades Patrimônios Históricos Culturais da Humanidade. Sobretudo nossa atuação estará em sintonia com as classes populares da Cidade.

ENTREVISTA: POR OLINDA, ELES ESTÃO JUNTOS PELA CULTURA


Conversamos nessa semana com o coletivo Juntos Pela Cultura, que se apresenta, dentro desse contexto eleitoral, como uma possível alternativa para um mandato compartilhado  na câmara de vereadores. 

Na ocasião, falamos sobre a realidade do município, bem como a principal bandeira de atuação do grupo, a cultura. Vejamos a entrevista.

1. Inicialmente, quem faz parte do coletivo Juntos Pela Cultura e como se estabeleceu a ideia dessa união?

O nosso coletivo, surgiu da idéia do radialista e empreendedor cultural, Evandir Pedrosa. Que princípio séria candidato a vereador de nossa cidade. Com suas andanças e conversando com pessoas do segmento da cultura, achou por bem deixar de lado seu projeto pessoal e começou a idealizar o coletivo. 

Antônio Lindeberg, foi o nome escolhido para ser filiado ao PSB, partido escolhido pelo grupo que é formado por produtores, radialistas, quadrilheiros, forrozeiros, escritores e sempre chegando mais um.

2. Como o coletivo avalia a gestão municipal de Olinda, principalmente no que diz respeito às políticas e equipamentos culturais? 

 A nossa avaliação é tão negativa que por isso surgiu o nosso coletivo. A falta de apoio e de incentivo é transparente. Falta uma política cultural que abrace nossas necessidades, que a cultura fosse ouvida. Temos alguns equipamentos culturais, mais não podemos usar como o Mercado Eufrasio, o Mercado da Ribeira, o Clube Atlântico. Alguns estão estão há anos fechados para reforma como o Cine Olinda. É preciso querer, colocar na pasta da cultura, alguém de nosso meio e que seja comprometido em fazer o melhor para a cadeia produtiva da cultura.

3. Como você avalia o atual trabalho da camara de vereadores? 

Infelizmente, os legisladores de nossa cidade, legislam em causas próprias. Eles terminam uma eleição e já começam planejar seus mapas eleitoral para a próxima. Não temos conhecimentos de um projeto interessante para a cidade e muito menos para a cultura. Os nossos legisladores, não sabem onde existem pontos de Cultura em nosso município. É chegado a hora da sociedade começar a cobrar às necessidades que a cidade precisa, como estamos aqui fazendo nossa parte como formadores da cultura.

4. Na condição de uma possível pre-candidatura coletiva à camara de vereadores, quais seriam os principais eixos de atuação desse mandato?

O nosso mandato, será 100% voltado a educação cultural, ao fortalecimento da cultura em geral. Temos um projeto para o empreendedorismo da cultura, onde vamos trabalhar em formato de cooperativas, capacitar e requalificação e principalmente criação de Leis em benefícios de nossa cultura e de toda cadeia produtiva cultural.

ENTREVISTA: MARCOS QUIRINO, A SERVIÇO DA CULTURA E PELOS BAIRROS DE OLINDA!

Entrevistamos dessa vez, o pré-candidato a vereador, Marcos Quirino. Na ocasião falamos sobre sua trajetória e atuação na cidade, bem como, sobre o atual quadro político de Olinda, tendo em vista as ações institucionais, governo Lupércio e perspectivas para os olindenses. Confira a entrevista.

Um pouco da história de Marcos Quirino

Marcos Quirino atua politicamente em Olinda, desde a sua época juvenil, quando participou do movimento estudantil, nos tempos que era secundarista. Participou também na luta pela valorização da cultura, sobretudo das artes cênicas e dos esportes, quando, na época que fazia parte do Corre, grupo de corredores de rua, deu treinos e organizou competições amadoras de atletismo, no bairro de Rio Doce. Em 1986, Marcos Quirino conseguiu, por meio do apoio dos seus amigos e familiares e patrocínio do Café Beberibe, conseguiu correr na São Silvestre. 

No âmbito do movimento comunitário, Marcos Quirino foi presidente da associação de Chã da Mangabeira, vice-presidente da Unacomo/PE, vice-presidente da Femocohab e conselheiro da Conam. Na luta por políticas culturais, Marcos Quirino foi presidente da TCM Seu Mangabeira, e fez parte da diretoria da Associação Carnavalesca de Olinda e da Associação de Teatro de Olinda.

1. Atualmente, o clima eleitoral vem pautando a maioria das discussões politicas nos municipios, fato esse que provoca a sociedade civil organizada a também fazer o debate sobre a cidade e seus rumos administrativos. Dessa feita, como o seu trabalho, enquanto liderança comunitária, pode trazer subsídios para se pensar sobre Olinda?

Penso que a principal pauta da política local e nacional, mais do que nunca é a questao econômica e a agenda produtiva posta ao país. Sabemos que a crise que estamos vivendo foi, de fato, maximizada pela pandemia, que trouxe mais sofrimento, angústia, dor e outros problemas, principalmente para a população mais pobre. 

No entanto, até o momento, o que foi apresentado como plataforma econômica para o país,  além de não conseguir apontar o Brasil para um desenvolvimento, vem contribuindo para o desmonte do estado, aumento da dependência ao capital estrangeiro e ataques aos direitos conquistados pelo povo.

O desemprego e a desvalorização dos trabalhadores não está sendo superado, pelo contrário, hoje, nossa maior luta é pela manutenção de tudo que conquistamos, e isso é ruim para um país, mostra que as perspectivas são de retrocesso e não de avanço. 

Por isso que hoje, nossa pauta deve ser, amplamente econômica, que busquemos assim, apontar rumos melhores ao povo. No caso de Olinda, percebendo essa discussão, avalio positivamente a construção de uma agenda municipal que gere emprego e renda, de forma descentralizada, em todos os nossos bairros, por exemplo. Isso trás dignidade e esperança à população. 

2. Como você avalia a gestão municipal de Olinda?

Nesses qutro anos de governo do professor Lupercio, avalio por meio de dois momentos. O primeiro, temos um biênio administrativo com uma desenvoltura razoável. Porém, de 2019 pra cá, infelizmente, por algum motivo, o prefeito se perdeu em sua administração. 

Lupércio não vem conseguindo responder aos problemas da cidade. A exemplo das áreas de morros e nos altos de Olinda. Fazia muito tempo que não tinhamos registros de óbitos por deslizamento de barreiras, e infelizmente tivemos nessa atual gestão,  e por falta de políticas focalizadas nesses locais.

No que diz respeito a pandemia, a gestão não conseguiu fazer o devido enfrentamento, e isso trouxe e ainda causa sofrimento em nosso povo, que diga-se de passagem, não vem sido escutado pelo gestor municipal.

3. Como você avalia o atual trabalho da camara de vereadores?

Em relação aos vereadores, em sua maioria vejo muita omissão do  poder legislativo, fato qur implica descredibilidade pela população. Carece em nossa Câmara, um trabalho de fiscalização mais efetivo e com discussões mais democratizadas.

Hoje, em vésperas eleitorais, o que mais vemos, como ação efetiva dos nossos legisladores, infelizmente são práticas que não condizem com as prerrogativas da casa. Em linhas gerais, os trabalhos prestados pelos nossos vereadores resumem-se a capitação de mato, pintura de meio fio, doação de bolas e uniformes para os times de várzea, distribuição de cestas básicas e sopão, limpeza de canal etc. E o pior é que essas condutas vem "contaminando" até outros pré-candidatos. Isso confunde e deseduca a população, quanto ao real trabalho de um parlamentar no município. 

4. E na condição de um possível pre-candidato ao cargo de vereador, quais seriam os principais eixos de atuação para o seu mandato?

Educação e cultura terão uma atenção maior em um mandato. Além disso, tenho a preocupação com a criação de políticas focalizadas em nossos bairros, morros, altos e alagados, visando a geração de emprego, renda e aumento da qualidade de vida, sobretudo das famílias que mais precisam. 

ENTREVISTA: RODRIGO LOPES, "A HORA E A VEZ DOS MOTOFRETISTAS"


Essa semana, tivemos o prazer de entrevistar Rodrigo Lopes, presidente da associação de motofretistas em Pernambuco, que em nome de sua categoria, se apresenta como possivel pré-candidato nas eleições para a Câmara de Vereadores em Olinda. Na ocasião, conversamos sobre a cidade e os rumos da política local. Confira a entrevista. 

Rodrigo Lopes, tem 31 anos, trabalha como motofretista e preside a associação que representa tal categoria. Nascido no bairro de Águas  Compridas, é casado e pai de um menino e uma menina. Atualmente, percebendo as contradições sociais em sua cidade, resolveu ampliar sua atuação política,  a fim de contribuir para a busca por melhorias para a população de Olinda.

1. Atualmente, o clima eleitoral vem pautando a maioria das discussões politicas nos municipios, fato esse que provoca a sociedade civil organizada a também fazer o debate sobre a cidade e seus rumos administrativos. Dessa feita, como o seu trabalho, enquanto representante de uma categoria, pode trazer subsídios para se pensar sobre a política? 

A pandemia acelerou vários processos que já existiam no país e em especial na cidade de Olinda. O debate mais específico sobre a situação Motofretistas vem ganhando força sobre quais condições de insegurança jurídica, saúde e salário digno que estes trabalhadores estão submetidos. A relação de trabalho preconizada e a falsa sensação de autonomia vendida pelos donos de APP para enganar a sociedade. Centenas de trabalhadoras e trabalhadores estão em uma relação informação sem garantias. Por isso, precisamos de políticas públicas para regularização da profissão e consequentemente melhores condições de trabalho. Além disso, mais incentivo para o cadastro nos APP negócios dentro da nossa cidade, assim, conseguimos também girar a economia local. Nesta pandemia o trabalho dos Motofretistas evitou que centenas de pessoas estivessem na rua, fossem aos supermercados. Assim, contribuímos para um isolamento social mais eficaz

2. Como você avalia a gestão municipal de Olinda?

Olinda estava passando por um crescimento estrutural muito forte o que deu uma estagnada. A atual gestão municipal não vem pautando os principais debates importantes para o desenvolvimento da cidade. O que gera desemprego, ruas sucateadas, falta de investimento em educação e saúde. O carnaval que não é apenas "dias de festas", mas um importante momento em que a cidade desenvolve economicamente, vem sendo tratado com descaso devido a questões religiosas da atual gestão 

3. Como você avalia o atual trabalho da camara de vereadores?

O Vereador é o político mais próximo da população. A câmara dos vereadores precisa ser ocupada pela população, com debates próximos, com aprovação de projetos de leis que melhore a vida das pessoas. É o vereador que conhece as ruas esburacadas, a falta de saneamento básico, ausência de creches, o trabalho informal. Precisamos construir uma câmara voltada para a população escutando verdadeiramente suas necessidades. 

 4. Na condição de um possível pre-candidato ao cargo de vereador, quais seriam os principais eixos de atuação para o seu mandato?

 O debate dos Motofretista, que é meu cenário atual, terá grande relevância no meu mandato. É preciso urgentemente melhorar as condições impostas pelos aplicativos e qual o impacto que isso causará a médio e grande prazo no sistema de saúde municipal.