BOLSONARO E O ENCARCERAMENTO DAS JUVENTUDES

#Juventudes #NãoÀRedução 
Tramita em Brasília, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC nº 32/2019), de autoria do senador Flávio Bolsonaro, que visa modificar o artigo 228 da Constituição Federal, e propõe a redução da maioridade penal no Brasil, para as idades de 14 e 16 anos, dependendo do grau de ilicitude. 

 E frente ao conteúdo tratado pela PEC e a proposição apresentada pelo senador e filho do presidente da República, a Secretaria Nacional de Juventude, órgão do governo federal responsável pela construção de políticas públicas voltadas à população jovem, no dia 15 de dezembro, publicou uma Nota Técnica dando um parecer favorável à redução da maioridade penal. 

Um parecer que não foi bem avaliada pelos movimentos juvenis no estado, que por sua vez, encaminharam a discussão para o Conselho Estadual de Políticas Publicas de Juventude (CEPPJ/PE). E após análise sobre o caso, o órgão lançou uma nota, repudiando a proposta de redução da maioridade penal no país. 

De acordo com a nota do CEPPJ/PE, a proposta de redução da maioridade penal, “vai na contramão dos estudos de combate à violência e criminalidade”, culminando e uma medida que facilitará um encarceramento da juventude no país. 

A nota também questiona o governo federal sobre a falta de investimentos educacionais e políticas que desenvolvam e aumentem a empregabilidade da juventude brasileira. E conclama os movimentos sociais a lutarem contra a PEC. 

“Não podemos deixar, que um governo irresponsável e descomprometido paute agora os nossos rumos e o que é pior, ao invés de apresentar as soluções e caminhos mais viáveis ao desenvolvimento social, pretende reduzir a maioridade penal e assim, encarcerá os(as) jovens brasileiros(as)”, ressalta a nota. 

Além do Conselho Estadual de Juventude em Pernambuco, os gestores estaduais de juventude do Nordeste, após reunião, para tratarem sobre a PEC de Flávio Bolsonaro, lançaram uma nota, com ampla concordância de todos os estados, posicionando-se contrários à redução da maioridade penal no Brasil. 

Sobre o posicionamento da Secretaria Nacional de Juventude, os gestores, em nota, avaliaram que a postura da secretária Emilly Rayanne Coelho Silva, contraditória aos interesses e prerrogativas postas ao seu cargo. De acordo com os gestores: “é completamente anacrônica a defesa da redução da maioridade penal por um órgão cuja função é criar políticas públicas em defesa da juventude. É postura incompatível com o cargo e traidora dos interesses da juventude brasileira”. 

Já os ex-presidentes do CONJUVE, e ex-secretários nacionais de juventude, também manifestaram suas opiniões, se posicionando contrários à redução da maioridade penal e lançando nota, repudiando o conteúdo da PEC apresentada por Flávio Bolsonaro e homologada pela Secretaria Nacional de Juventude. 

Segundo os secretários e presidentes: 
“A redução da maioridade penal não passa de uma medida de agravamento da seletividade racial do sistema penal e de aprofundamento do genocídio, que ao longo dos anos tem sido responsável pela morte de milhares de crianças, adolescentes e jovens negros no país. Vale lembrar que a tentativa de ampliar o controle sobre corpos negros de ainda menor idade é uma prática típica de grupos autoritários, preocupados em controlar e reprimir a presença da população negra no espaço público

"A Nota da SNJ desrespeita e ignora a proposta mais votada do espaço mais importante de participação social das juventudes, a 3ª Conferência Nacional (2015), que elegeu a proposta “Não à redução da maioridade penal, pelo cumprimento efetivo das medidas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente”, com 2.600 delegados em Brasília, em um processo que envolveu mais de 600 mil jovens no país”. 

Pois bem, é nítido que, mais uma vez as juventudes estão em disputa, porém, os lados que se apresentam ao embate não divergem na condução das políticas públicas que induzam aos jovens ao desenvolvimento, a empregabilidade ou a formação profissional, escolar ou acadêmica. Nesse páreo, inexiste antagonismo de propostas que versam sobre questões culturais, lazer, esportes ou protagonismo juvenil. Pelo contrário. O que está em jogo é a apresentação pública de um projeto de sociedade que marginaliza e amplia as possibilidade do encarceramento das juventudes, relegando os (as) jovens, sobretudo os(as) negros(as), trabalhadores(as), moradores(as) de periferias e empobrecidos(as) como agentes da criminalidade e da violência. 

É válido rememorar que ainda são elevados os índices da violência e mortalidade contra a juventude negra no Brasil, que os nossos problemas não estão na juventude, pois essa, em sua grande maioria, quer viver, estudar e trabalhar. Reduzir a maioridade penal no Brasil não é solução, estudos apontam que o diagnóstico é falso. Contudo fica aqui a indagação, a quem servirá essa política de encarceramento proposta pela família Bolsonaro? 

A coerência nos convoca ao debate e a defesa das juventudes! Um embate que reflete o que o Brasil de hoje fará para o país que teremos no amanhã! Pensemos nisso e sigamos! 

Não à Redução da Maioridade Penal! 

Acesse as Notas citadas no artigo: 

Wallace Melo Barbosa: professor, humanista, secretário de formação do Sinpro Pernambuco e da UNACOMO/PE, membro do Conselho Estadual de Políticas de Juventude em Pernambuco.

CONSELHO ESTADUAL DE JUVENTUDE DIZ NÃO À REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL

Através de uma carta de repúdio, o Conselho Estadual de Políticas Públicas de Juventude (CEPPJ/PE) se posiciona de forma contrária a PEC Nº 32/2019, proposta pelo senador Flávio Bolsonaro, que visa reduzir a maioridade penal no Brasil, e critica o parecer favorável à proposição, emitido pela Secretaria Nacional de Juventude. 

Leia a nota na íntegra:

DIZER NÃO À REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL E REPUDIAR O ENCARCERAMENTO DA JUVENTUDE BRASILEIRA

Em meio ao presente contexto de crise econômica e sanitária, recebemos a preocupante notícia de que o governo federal, na figura da Secretaria Nacional de Juventude, apresentou mais uma política desastrosa, visando ampliar as formas de encarceramento juvenil em todo país. 

A proposição é fruto de um Projeto de Emenda Constitucional, de autoria do senador, Flávio Bolsonaro, com a finalidade de modificar o artigo 228 da Constituição Federal, visando reduzir a maioridade penal para 14 e 16 anos, dependendo das tipificações criminais. 

Uma medida que vai na contramão das políticas públicas e concepções mais avançadas, não apenas sobre a questão da juventude, quanto também, acerca dos estudos referentes ao combate à violência e à criminalidade. Na verdade, temos aqui, mais um sinal de desrespeito ao povo, principalmente às juventudes oriundas das camadas mais empobrecidas, periféricas, negras e trabalhadoras. 

Destaca-se também, frente ao caso, o apoio presidencial à PEC. Haja vista que a matéria já vem sendo debatida e homologada pela atual secretária nacional de juventude, Emilly Rayanne Coelho Silva, que se apresenta na discussão, junto de sua equipe, defendendo a proposição que visa o encarceramento dos jovens no Brasil. 

Mais um retrocesso apresentado ao povo e às juventudes, que, diga-se de passagem, também tem a ministra Damares Alves, como apoiadora. É válido rememorar, que na última Conferência Nacional de Juventude, os(as) delegados(as), na sua ampla maioria, disseram NÃO à redução da maioridade penal, por entender que a proposta não atende às demandas por mais segurança e menos criminalidade. No entanto, mais uma vez, na contramão do bom senso e das discussões democráticas, o governo Bolsonaro mobiliza esse debate, visando atender as demandas mais conservadoras, que advogam pelo encarceramento em massa da população jovem.

Uma política identificada com o perfil do atual governo federal e alinhada a prerrogativas mais autoritárias e antidemocráticas. Na verdade, a PEC apresentada pelo senador Flávio Bolsonaro, é fruto de uma visão atrasada e, sendo aprovada, relegará aos jovens, uma política pautada pelo cárcere, típico das antigas masmorras medievais. Fica o questionamento: a quem servirão essas medidas? Quem serão os mais afetados com essas mudanças? 

Ao percebermos medidas dessa natureza, é imperioso que o conjunto de movimentos juvenis se apresentem, na intenção de defendermos os legados e as construções das nossas políticas públicas, iniciadas desde as articulações para emendarmos ao texto constitucional, o termo ‘juventude’ e assim, concebermos os devidos direitos aos jovens, até as construções dos espaços democráticos de conferências, dos conselhos e do próprio Estatuto da Juventude. Não podemos deixar, que um governo irresponsável e descomprometido paute agora os nossos rumos e o que é pior, ao invés de apresentar as soluções e caminhos mais viáveis ao desenvolvimento social, pretende reduzir a maioridade penal e assim, encarcerá os(as) jovens brasileiros(as). 

Dessa forma, repudiamos quaisquer proposições que tenham os objetivos de ampliar as desigualdades e a exclusão, e que, sobretudo, coloquem o povo e a classe trabalhadora no último plano.

Não precisamos de mais presídios, queremos uma educação pública, democrática e de qualidade! 

Ao invés de Bolsonaro propor a redução da maioridade penal, por que não amplia os investimentos educacionais? As evidências mostram qual a opinião do governo federal sobre o futuro da educação pública no Brasil. De acordo com as diretrizes orçamentais, o MEC cortou os investimentos, reduzindo drasticamente o custo aluno. A medida vai implicar na redução dos repasses aos estados e municípios, deixando as redes de ensino mais vulneráveis e precárias.

Soma-se a isso, o esforço hercúleo do governo federal, junto a sua base parlamentar, em querer desmontar, por meio de uma regulamentação desastrosa, o Novo Fundeb, relegando os recursos do principal fundo de investimento público para a educação básica, também para o setor empresarial, entregando dinheiro público para instituições privadas. 

Aumentando assim o desmonte e a privatização da educação pública. A juventude não quer uma escola privatizada!

Não precisamos de mais presídios, queremos mais empregos para os(as) jovens! 

Em vez de Bolsonaro propor a redução da maioridade penal, porque não aponta caminhos ao desenvolvimento, com políticas de geração de emprego e renda para a juventude brasileira? A saída apresentada pelo governo, visando superar os mais de 14 milhões de desempregados(as) foi a reforma da previdência, a desastrosa carteira verde e amarela e agora com a proposição de uma reforma administrativa, que vai desestabilizar o serviço e a carreira pública no país. Mas o que podemos esperar de um governo, que define o trabalho precário desempenhado por meio de aplicativos como empreendedorismo?

Não queremos mais presídios, queremos a juventude viva e com saúde! 

Ao invés de Bolsonaro propor a redução da maioridade penal, porque não apresentar saídas viáveis para proteger a vida do nosso povo na pandemia? E por que não enfrentar a chacina da nossa juventude negra e periférica? No entanto, em sintonia com sua base negacionista, o governo federal continua a desconsiderar a ciência e a abandonar mais uma vez, o povo na maior crise sanitária da história. Enquanto outras nações iniciam seus planos de vacinação e enfrentamento à Covid-19, no Brasil, os óbitos por conta da pandemia ainda são crescentes. 

Soma-se a esse estado de coisas, o desmonte sistemático do Sistema Único de Saúde, deixando milhões de brasileiros e brasileiras sem acesso aos cuidados básicos e aos devidos tratamentos médicos, nos hospitais públicos. O presidente Bolsonaro materializa diariamente uma política genocida, contra a população mais empobrecida.

Nesse roteiro, ainda não conseguimos avançar em políticas de enfrentamento a um dos problemas mais críticos e que, diretamente abala a maioria dos jovens no país, a chacina da nossa juventude negra e periférica. Mas na contramão dessa discussão, o presidente, junto a sua equipe ministerial, Secretaria Nacional de Juventude e seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, apresenta como principal saída, a proposição de encarceramento da população jovem. 

Visto alguns dos questionamentos apontados, o Conselho Estadual de Políticas Públicas de Juventude em Pernambuco, vem por meio desta nota, repudiar a proposta de redução da maioridade penal, por entender que tal proposição não acolhe as demandas das juventudes brasileiras, como também, exigir do governo Bolsonaro, o devido respeito com as nossas lutas! 

Nossa juventude quer viver, estudar, trabalhar e construir um país democrático e com desenvolvimento social e econômico! E para isso, cadeia não é a solução! 

CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE

Recife/PE, 18 de Dezembro de 2020

PROJETO ESPARTÁVEL: POR DIREITO, SUSTENTABILIDADE E COMIDA NA MESA


No último domingo (20) a diretoria da Unacomo, na figura do presidente, Pai Ivon e secretário geral,  Marcos Morais em uma atividade promovida pelo projeto social Espartável - Espada Sustentável da Ilha do Maruim, que visa a construção de um ambiente pautado pela segurança alimentar e nutricional para a população.

As ações do Espártavel, visa a distribuição de peixes, beneficiando inúmeras famílias de baixa renda do município de Olinda e de outros municípios da Região Metropolitana do Recife. Mas a meta dos integrantes do projeto é também atender as demandas oriundas dos municípios do interior de Pernambuco.

"O projeto Espartável é uma grande iniciativa, que visa levar comida pra mesa do povo. É bem verdade que ainda carece de mais apoio, principalmente da iniciativa privada, para ampliar suas atividades, e por isso, a Unacomo se faz presente, apoiando e ajudando essa ação que muito ajuda a nossa população". Avaliou Pai Ivon, presidente da Unacomo.

Para apoiar o projeto, entre em contato nos seguintes números:

Marcos Morais - 81.9.9630-4098

Gabriel - 81. 9.9162-0637

Sandro Pereirw Esquerda - 81. 9.9749-7519

Jonathan Tony - 81. 9.8596-2987







 





STJ GARANTE APOSENTADORIA ESPECIAL PARA VIGILANTES

A luta dos vigilantes teve, na última semana, uma boa notícia. O pleno do Superior Tribunal de Justiça decidiu pela aposentadoria especial para a categoria.  

Eis uma demanda que a categoria, junto ao sindicato, já vinha lutando, visando essa conquista. Em Pernambuco, destacamos a atuação de Sandro Pereira, mais conhecido como "Esquerda", que atuou nos diversos espaços, visando articular e construir um ambiente favorável à conquista da aposentadoria especial. 

"Foi com muita dedicação e luta essa conquista da honrosa categoria. Parabéns a todos os vigilantes do Brasil, em especial aos de Pernambuco, onde temos o prazer de está defendendo e lutando por nossa categoria de vigilantes de verdade". Externou Sandro Pereira "Esquerda", em suas redes sociais.


ATENÇÃO ENTIDADES ASSOCIADAS!

A diretoria da Unacomo/PE faz saber à todas as lideranças e entidades comunitárias, aos órgãos públicos e a sociedade civil em geral, que diante dos grandes riscos de contagios, principalmente nas grandes aglomerações de pessoas, não iremos realizar nossa tradicional festa de confraternização de final de ano. Vamos nos abraçar, e nos confraternizar remotamente, cada um nas suas casas. 

Vamos salvar vidas, não vamos contribuir para os avanços do Covid-19. Ficar em casa, usar máscaras, utilizar o álcool em Gel, higienizar bem as mãos, evitar aglomerações e manter sempre que puder o distanciamento, são as melhores e mais sensatas condutas para mantermos o ritmo de prevenção. Vamos juntos combater o Novo Coronavírus. 

Tenham todas e todos um ótimo Natal e um Ano Novo de muita saúde Paz e Prosperidades.

POSSE DA ASSOCIAÇÃO DA ILHA DO MARUIM

Na última sexta-feira (04), a diretoria da Unacomo/PE, na pessoa do secretário geral, Marcos Morais, participou da posse a nova diretoria da Associação da Ilha do Maruim, que terão mandato até dezembro de 2023. 

Desejamos aos novos dirigentes da associação, um excelente mandato, e que seja repleto de conquistas e defesa dos direitos do povo.