Tarifas de ônibus devem aumentar no Grande Recife

Um ano e cinco meses depois de cancelar um aumento de 5,5,3% nas tarifas de ônibus da Região Metropolitana do Recife (RMR), o governo de Pernambuco discute a possibilidade de reajustar o valos das passagens. Conforme cálculos do empresariado, para equilibrar economicamente o sistema de transporte de ônibus, seria necessário um acréscimo de 24,4% nas tarifas do Anel A, subindo para R$ 2,67. Nas contas do Executivo estadual, este valor seria de R$ 2,50, um aumento de 16,3%.

Caberá ao governador eleito de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), definir se quem pagará a diferença entre custo e receita das empresas de transporte serão os usuários, como sempre ocorreu, o próprio governo, conforme previsto na licitação), ou ambos.

O presidente do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, Nelson Menezes, afirma que aguarda informações do empresariado para levá-las ao atual governador do estado, João Lyra Neto, e ao futuro chefe do Executivo pernambucano, Paulo Câmara, ambos do PSB. “Até o final do ano teremos definido se haverá aumento de tarifa ou subsídio, mas seja o que for, só deve vigorar no próximo ano”, diz Menezes.

O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE), Fernando Bandeira, diz que há três anos o setor de transporte não tem reajuste nas tarifas.

“Estamos utilizando os recursos destinados à depreciação da frota e nossa própria remuneração para cobrir os custos. Ou seja, deixa-se de investir em renovação dos veículos. Não fosse a aquisição de 180 BRTs, a idade média da frota já estaria acima dos 4,3 anos. Há ônibus rodando que são de 2005″, acrescenta.

Vale ressaltar que, em maio do ano passado, as empresas de ônibus tiveram desoneração de 3,65% do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Em junho, foi desonerado o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustível (8,5%).

No entanto, as duas desonerações não teriam sido suficientes para arcar com as despesas do empresariado, que aumentaram em consequência da aquisição de 180 BRTs, cada um custando R$ 750 mil, de acordo com informações divulgadas pelo Portal Ne10.

Para cobrir os custos, o governo também poderia arcar com as gratuidades. Mais de 37,8 mil pessoas cadastradas que não pagam passagens e mais 53,1 mil têm direito a acompanhante. O número de novos pedidos de gratuidade se mantém em mais de mil por mês.

“Se não chegarmos a R$ 2,67, será necessário complementar com mais subsídio”, declara Bandeira.

Em janeiro do ano passado, o aumento de 5,53%. Como consequência a tarifa do anel A subiu de R$ 2,15 para R$ 2,25, a do anel B, de R$ 3,25 para R$ 3,45, a tarifa D passou de R$ 2,60 e para R$ 2,75, e as do anel G, de R$ 1,40 para R$ 1,50. O aumento causa revolta por parte da população, sobretudo do movimento estudantil.

Durante a reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), que ocorreu no dia 4 de janeiro, na sede do Grande Recife Consórcio de Transporte, central do Recife, vários estudantes tentaram invadir o local e foram contidos pela Polícia Militar.

Em junho do mesmo, diante das mobilizações em nível nacional, tendo como principal reivindicação inicial a melhoria na qualidade do transporte público, o aumento de 5,53% foi cancelado no Grande Recife.

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