A União das Associações e Conselho de Moradores de Olinda, através de seus diretores filiados ao Partido Comunista do Brasil vem por meio desta carta, contribuir para o debate a respeito da necessidade existente dentro do campo das forças progressistas em avançar na luta para a construção de uma nação mais justa, democrática e igualitária.
Sabe-se que ao longo da última década, os partidos de esquerda, junto aos diversos segmentos dos movimentos sociais conseguiram unificar forças para conquistar uma série de vitórias eleitorais e servir como base de sustentação para o projeto político liderado inicialmente pelo ex-presidente Lula e continuado pela presidenta Dilma. Nessa quadra de profundas mudanças, podemos avaliar que o combate às desigualdades sociais passou a ser pautado como uma das prioridades desses governos progressistas e a responsabilidade do Estado enquanto instituição capaz de combater as históricas formas de exclusão, opressão e criminalização do povo mais pobre retornaram a agenda publica.
Não podemos negar que todos esses esforços, além de ser uma das mais significativas experiência de resistência ao modelo neoliberal instaurado pelas forças políticas conservadoras, também representa um importante passo para o início do processo de transição em nossa história. Ainda temos muito que avançar, isso é verdade, para isso torna-se imperioso defender a consolidação de reformas estruturantes para o país, bem como a das comunicações, da educação, urbana, agrária, tributária e política. Precisamos disputar e transformar os valores que ainda são vigente em nossa cultura política.
Paralelo a todo esse cenário, também torna-se oportuno citar a crise que se estabelece no âmbito mundial. O capitalismo não consegue responder aos anseios gerados pelas suas próprias contradições e os países historicamente considerados como o centro da esfera econômica mundial, vem apresentando um quadro político fadado ao fracasso, a medida que suas desigualdades sociais tornam-se mais evidentes. Nesse contexto, o que está posto para a esquerda, no Brasil e na América Latina é a real necessidade de consolidar um modelo alternativo ao capitalismo por meio de um novo projeto nacional de desenvolvimento e que consiga construir um expressivo acúmulo de forças que visem a construção de um socialismo hegemônico.
E diante tal conjuntura, o movimento comunitário, enquanto ferramenta de representação democrática e de mobilização popular, mais uma vez se apresenta como espaço legítimo para propagação da luta e dos ideais defendidos pela esquerda socialista e principalmente pelo Partido Comunista do Brasil.
Balanço dos Movimentos Comunitários de Olinda
Olinda sempre foi referência de luta popular e as entidades comunitárias passaram a ser legítimas ferramentas para a defesa dos interesses do povo, seja politizando a população com debates caros ao interesse público, seja pautando as ações do poder público por meio dos anseios demandados pela população local. É válido ressaltar que durante as últimas décadas, as formas de organizações e mobilizações surgidas na cidade se apresentaram de uma maneira bastante diversificada. Associações e conselho de moradores, clube de mães, fóruns comunitários, colônia de pescadores, associação de vendedores ambulantes, creches comunitárias, comunidades de terreiros, entre outras.
E devido a essa diversidade de organizações, a Unacomo se estabelece como um espaço estratégico para unificar a luta dos movimentos em torno de bandeiras significativas e congregar as representações e lideranças comunitárias em torno de um fórum democrático e com força política para transformar as demandas populares em políticas públicas concretas. Atualmente a Unacomo reúne ordinariamente um número aproximado de 20 lideranças comunitárias que compõem sua direção. As reuniões são espaços onde se estabelecem debates, formulações e avaliações sobre as políticas públicas implantadas no município, como também sobre a conjuntura política que se apresenta no estado e no país. São por essas e outras iniciativas que a entidade conseguiu ao longo de sua história, o respeito de diversos segmentos do movimento social e para suas entidades filiadas é uma referência de luta e orientação política.
Esse acúmulo de experiência se deu, basicamente pela combatividade de seus diretores que se fazem presentes em todas as RPAs e pela presença da entidade na maioria dos conselhos existentes na cidade, destacamos o de Assistência Social, Meio Ambiente, Direitos Humanos, Segurança Alimentar e Nutricional, Desenvolvimento Urbano, Idosos, Cultura, Saúde, Alimentação Escolar, Criança e do Adolescente etc. Além do Conselho Curador da Fundação de Ensino Superior de Olinda e do Conselho Estadual das Cidades. Paralelo a todos esses espaços, a entidade também se tornou referência nos processos de organização das maiorias das conferências municipais, sempre pautando em suas intervenções a construção e o fortalecimento dos mecanismos de controle social, da gestão democrática e das políticas públicas.
Reafirmar o projeto popular do PCdoB em Olinda
O Partido Comunista do Brasil sempre foi uma organização referência para o apoio e formação de lideranças comunitárias dentro de Olinda. O projeto político iniciado desde o primeiro governo de Luciana Santos e continuado pelo atual prefeito Renildo Calheiros, tiveram um efetivo apoio dos movimentos sociais e conseguiram construir mudanças significativas para a população olindense em todas as regiões da cidade. Desde 2001 a qualidade de vida dos olindenses vem sendo pautada com muita responsabilidade e ousadia pelos comunistas, tanto no executivo, quanto no legislativo municipal.
Contudo, as dificuldades econômicas e o conjunto de complexidades sociais ainda são grandes obstáculos para a administração da cidade. Dessa maneira, reafirmar a presença das lideranças comunistas nos movimentos sociais ainda é um caminho fundamental para se forjar novos quadros políticos e influenciar a população em torno de uma gestão ousada e compromissada com a construção do socialismo. O PCdoB deve reforçar seu histórico enquanto referência para os movimentos sociais e se aproximar ainda mais da luta política travada pela população de todos os bairros, uma vez que os obstáculos ainda são muitos e a militância comunista tem o dever de dar continuidade a tudo que foi construído na cidade ao longo das últimas décadas, bem como impedir que o discurso de uma oposição falida e oportunista ganhe força dentro do município.
Os desafios estão lançados e a necessidade por um novo mundo ainda é vivo e possível. Firmes na luta e rumo ao socialismo, camaradas!
Olinda, 29 de Setembro de 2013.