UNACOMO, MNU/PE E INAÔ EM DEFESA DOS USUÁRIOS E TRABALHADORES DOS TRANSPORTES PÚBLICOS

O atual panorama de pandemia e crise econômica têm  trazido ao debate acerca da gestão dos transportes coletivos, situações de grande complexidade, principalmente no que diz respeito a oferta e qualidade dos serviços, seu acesso e o necessário cuidado com a higienização e o distanciamento dos passageiros e trabalhadores que atuam no setor.

E junto as debilidades historicamente acumuladas, visto a realidade precária dos transportes públicos, os prejuízos percebidos pelos usuários têm sido crescentes. Superlotação, violência e aumento das tarifas são alguns exemplos dessas problemáticas. 

Diante disso, visando mediar e apresentar possíveis soluções para a melhoria desses serviços, defender os interesses populares e cobrar ao poder público por melhorias nos transportes e eficácia nos cuidados com a vida e a integridade das pessoas, a direção da Unacomo,  junto com membros do Movimento Negro Unificado e Instituto Nacional Afro Origem, protocolaram na sede do Governo Estadual, solicitando reunião junto as instituições responsáveis, visando a oferta de melhorias para os transportes públicos, seus usuários e trabalhadores do setor.

VENDEDORES(AS) AMBULANTES CONTINUAM NA LUTA POR SEUS DIREITOS!

Na última sexta-feira (15),  um grupo de vendedores(as) ambulantes que trabalham nas estações do metrô, se reuniram junto com representações institucionais (governo do estado e Alepe), membros de organizações sindicais e movimentos sociais, a fim de fortalecer a luta pelo direito de exercerem seu trabalho, sem serem vitimados pela violência policial e confisco das mercadorias.

No decorrer da reunião, os presentes puderam escutar relatos sobre o cotidiano desses(as) ambulantes, sobretudo nas estações do metrô e terminais de ônibus. Foram verdadeiros testemunhos de uma vida difícil, de perseguição e de necessidade de atuação governamental para organizar o dia a dia desses(as) trabalhadores(as).

No final, uma comissão de representantes foi eleita pelos presentes, a reafirmação de apoio pelos movimentos sociais à luta dos(as) ambulantes e o comprimisso da Alepe e governo de Pernambuco, em construir soluções para as problemáticas apontadas. 

Como representantes da Unacomo/PE, estiveram presentes os diretores, Jean Pierre e Wallace Melo.


EMPREGABILIDADE E RENDA AOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS DO COMÉRCIO INFORMAL


Na última sexta-feira (08), ocorreu uma reunião entre trabalhadores e trabalhadoras que atuam no comércio informal, sobretudo nos transportes públicos e representações dos movimentos sociais e Conselho Superior de Transporte Metropolitano. 

A pauta discutida foi a necessidade de se formular políticas eficazes que busquem a empregabilidade, qualificação e organização desses(as) comerciantes, bem como a construção de um diálogo acerca do assunto, com os órgãos governamentais.

Participou da reunião, representando a UNACOMO/PE e o Conselho Superior de Transporte Metropolitano, o diretor Jean Pierre, que junto com o MNU/PE e o INAÔ/PE conduziram a reunião, junto aos comerciantes informais.

"Estamos diante de uma categoria formada, sobretudo por jovens negros e negras, oriundos(as) das periferias da região metropolitana do Recife. Que lutam todos os dias pra levar o sustento às casas e ter uma vida digna. Assim construir políticas que ofereçam melhorias ao cotidiano desses trabalhadores e trabalhadoras é também responder a outras problemáticas que historicamente se acumulam à essa população, que infelizmente se encontram em grande parte, nas camadas mais empobrecidas no país". Ponderou Jean Pierre, dirigente da UNACOMO/PE.

ESCOLA E PERSPECTIVAS: O QUE ESPERAR PARA O ANO LETIVO DE 2021?

O ano de 2020 será historicamente marcado pelas profundas mudanças provocadas pela pandemia da Covid-19. Na seara educacional, é comum percebemos, nos mais variados discursos, proferidos principalmente por professores e professoras, bem como os demais trabalhadores e trabalhadoras da educação, que em março, surgiu uma nova escola, devido ao processo de suspensão das aulas presenciais, haja vista que o novo Coronavírus já se propagava rapidamente entre as pessoas.

O medo, a insegurança e a incerteza foram marcas desse processo, e a escola se percebeu numa grande encruzilhada.

Como seria possível conceber um espaço de aprendizagem escolar, sem interação presencial? As escolas fechariam sua portas, frente a pandemia? Era o que muitos se perguntavam.

E diante tantas dúvidas, as aulas de março foram suspensas. Faltavam 10 dias para terminar o mês, e todos que ali estavam precisavam de soluções para aquele momento.

Os dias se passavam e já se tornavam iniciantes, algumas experiências remotas de ensino, com a oferta de pequenas aulas por vídeos. A escola não podia acabar.

Em abril, os professores e professoras das escolas particulares, adiantaram suas férias, que ordinariamente se efetiva em julho. Todo tempo era válido para se pensar e apontar saídas, a escola não podia parar.

Nesse momento, outras experiências didáticas tiveram que ser visitadas pelas equipes pedagógicas, do home schoolling às metodologias ativas; dos modelos de ensino híbrido aos fundamentos da educação à distância; das tecnologias da informação e comunicação aos ambientes virtuais de aprendizagem etc.

E esses processos, levaram a comunidade escolar a convergir, que nesse momento, a internet cumpriria um singular papel tático para a continuidade das atividades escolares. Era a ferramenta mais viável, pelo menos para uma parcela da população.

Passado alguns dias, os rápidos momentos formativos voltados à construção de uma "escola para os tempos de pandemia", surgia, de forma emergencial e sem a mínima regulamentação. Fazendo nascer, o que hoje chamamos de Ensino Remoto.

E esse novo modelo de aula se entrelaçou com as dinâmicas didáticas tradicionais e a escola se transformaria em um grande laboratório pedagógico. No entanto, como toda transição, as dúvidas e os obstáculos surgiam com mais intensidade e os trabalhos pedagógicos aumentariam substancialmente.

Não tínhamos completados nem sessenta dias de atividades remotas e já percebíamos, na comunidade escolar em geral, cansaço e esgotamento (tempo de tela, estresse, isolamento, tudo contribuía). Mas era preciso manter a escola viva.

E os processos seguiram, o ensino remoto persistiu com poucos marcos regulatórios, apenas orientações, resoluções e portarias, emitidas por órgãos educacionais (MEC, Conselhos, Secretarias etc.). Questões como, avaliação e frequência continuavam com poucos regramentos, mas a oferta das aulas prosseguia.

Com a reabertura gradual das aulas presenciais, o modelo de ensino tradicional funde-se ainda mais com as práticas remotas.

Nesse momento, mais uma vez, os esforços profissionais passaram a ser maiores, principalmente no trabalho docente, que agora se estabeleceria numa jornada dupla, lecionar presencialmente (aos alunos que voltaram à escola) e virtualmente (aos demais que permanecem em isolamento), por meio das plataformas.

O cansaço mental foi inevitável, assim como o medo, pois com o retorno à escola, as possibilidades de contágio seria maior, mesmo com os mais rígidos protocolos de segurança sanitária.

Mas ainda assim, a escola vem conseguindo sobreviver a 2020. Em sua grande parte, com a contínua adesão aos modelos remotos. Porém tarefa de repensar o que será dos próximos dias permanece, uma vez que os trabalhos de consolidação de um novo modelo escolar, voltado à pandemia, ainda não se esgotou.

É bem verdade que estamos mais preparados, o ano foi de muito trabalho e aprendizado, nos mais variados sentidos, porém como será a escola em 2021?

O horizonte que se apresenta ainda estabelece às previsões de continuidade desse modelo misto - presencial e virtual. A questão do acesso e frequência escolar também tem sido um problema que necessita de maior esforço, sobretudo no âmbito da escola pública e as práticas avaliativas precisam ser repensadas, principalmente nas suas ferramentas.

Porém, outra lacuna que precisamos avançar para o próximo ano letivo, se estabelece na sustentabilidade e regulamentação dessas novas maneiras de ensino.

Ora, se os processos educacionais mudaram velozmente, é bem verdade que a escola precisará também se transformar, principalmente no que diz respeito a sua sustentabilidade, seja financeira, pedagógica, didática, espacial etc.

Além disso, espera-se que o trabalho docente tenha mais regulamentação, pois os esforços têm sido hercúleos por parte dos professores e professoras, categoria que vem sentindo prejuízos financeiros e em sua saúde, mental e física, com as novas rotinas educacionais postas.

Por fim, penso que em 2021 teremos um ano letivo com uma escola mais preparada aos desafios que possam se apresentar, mas com a certeza de que os processos ainda não se esgotaram, e agora, o momento é de amadurecer aquilo que foi construído, a fim de solidificar as novas práticas escolares, de forma saudável e sustentável.

Pois a escola não pode parar, uma vez que, sem ela, a sociedade perece em mediocridade e ignorância.

Professor Wallace Melo Barbosa - Secretário de formação e comunicação da UNACOMO/PE.