1. Uso de músicas no texto.
Para redigir um texto dissertativo-argumentativo, é necessário que o aluno use conceitos das diversas áreas do conhecimento, de maneira a desenvolver o tema, defender um ponto de vista e demonstrar o domínio da aplicação prática de conhecimentos. O uso de música no texto é uma das formas de mostrar esse domínio.
Durante o Regime Militar, muitos cantores e compositores, entre outros artistas, resolveram, apesar do risco que corriam, atacar o governo e suas atrocidades. Devido à censura, muitos escreveram músicas com críticas implícitas, nas entrelinhas, resultando belas e contundentes músicas, como “Cálice”, de Chico Buarque e Gilberto Gil; “O bêbado e a equilibrista”, de João Bosco; “Como os nossos pais”, de Belchior; “Alegria, alegria”, de Caetano Veloso; entre muitas outras.
Músicas são fáceis de aprender, de lembrar e, portanto, uma boa forma de incrementar seu texto e argumentar, desde que contextualizadas e bem articuladas.
Segue o primeiro exemplo de Introdução usando música:
Nos anos finais da Ditadura Militar, a população clamava pela abertura política, pelo fim da repressão e pelo retorno dos exilados políticos, como cita uma música gravada por João Bosco: “sonha com a volta / Do irmão do Henfil. Com tanta gente que partiu / Num rabo de foguete”. Em 84, o Brasil pôde se considerar livre desse período de repressão, porém ainda há muitos questionamentos não respondidos e crimes não julgados. Devemos permitir que essa sombra permaneça nos ocultando a verdade?
O sociólogo Betinho e o cartunista Henfil voltaram ao país graças à lei da anistia, de 1979, mesma lei que forneceu isenção de qualquer culpa e julgamento aos torturadores e repressores do Regime Militar[...]
Segundo exemplo de Introdução com uso de música:
"Quando chegar o momento esse meu sofrimento vou cobrar com juros, juro. Todo esse amor reprimido, esse grito contido, este samba no escuro”. A canção Apesar de Você, do cantor e compositor Chico Buarque refletia um desejo coletivo de que o Regime Militar chegasse ao fim e, com isso, os responsáveis por torturas, sequestros, assassinatos, entre outros crimes atrozes, fossem julgados e punidos. Mesmo hoje, quase 30 anos após o fim da ditadura, esse sonho parece longe de se realizar.
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