Greve dos Professores

Grande ato no Centro reafirma a continuação da greve

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Mesmo depois da Justiça de Pernambuco decretar a greve dos funcionários da rede estadual de educação ilegal e o Governo ameaçar cortar o ponto do professor, demitir contratados temporários que estão nas escolas de referências que podem ser exonerados, a categoria decidiu continuar com a greve. A decisão de seguir em frente foi tomada nesta sexta-feira (10), às 14h, durante assembléia em frente à Secretaria de Educação.

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Logo após, aproximadamente 3 mil educadores fecharam a Avenida Siqueira Campos e seguiram num grande ato reivindicatório. Os grevistas passaram pelo Palácio do Governo seguindo até a Praça do Diário onde foi possível perceber o apoio da população que estavam no Centro.

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Na ocasião, estavam presentes entidades estudantis, associação de pais de alunos da escola pública, a deputada Tereza Leitão e o deputado Fernando Nascimento, ambos do PT. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e a Coordenação Nacional de Lutas (CONLUTAS), também estiveram juntos revigorando a força dos educadores na luta por um do salário justo. Antes da assembléia que decidiu a continuação da greve, foi realizada uma passeata em frente às Gerências Regionais, no bairro da Cidade Universitária, em Recife, às 7h30.

Histórico da Greve

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) apresentou ao Governo do Estado, no dia 25 de março deste ano, quando deveria ter sido aprovado o reajuste salarial, uma pauta com 24 reivindicações. Como não foi acatado a partir de janeiro o percentual legal de reajuste salarial de 19,2%, os professores da rede estadual decretaram na segunda-feira (6) o início de greve por tempo indeterminado até que seja efetivado o cumprimento integral da lei do piso salarial.

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De acordo com o Sintepe, o governo estadual afirma estar pagando o piso salarial, quando na realidade descumpre a Lei Nacional , que define a carreira do Magistério e assegura as progressões por titulação, tempo de serviço e desempenho profissional. Atualmente o/a professor/a com formação de nível superior, com gratificações recebe o valor de R$ 762,00 por 30 horas aula.

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Entre as principais reivindicações da categoria está o reajuste na base salarial de 19,2%, a convocação dos professores e servidores administrativos aprovados no ultimo concurso realizado no início deste ano e a reconsideração do modelo de gestão baseado na lógica empresarial. A categoria alega que não é possível colocar professores substitutos durante a greve porque não há este quantitativo de funcionários reservas.

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O Sintepe deixa claro que não é a greve que prejudica os estudantes no ENEM, mas a falta de professores/as e funcionários/as administrativos/as nas escolas públicas, porque até a presente data o governo não convocou os/as aprovados/as no concurso público para trabalhar, deixando escolas e estudantes desassistidos. A rede pública estadual é formada por 65 mil funcionários da educação sendo 35 mil professores ativos e 10 mil trabalhadores do setor administrativo além de 20 mil aposentados.

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Deste total, 80% aderiram à greve. Com isso, aproximadamente um milhão de estudantes não retornaram do recesso escolar, entre eles 120 mil alunos do 3° ano do nível médio em fase final de preparação para o ingresso nas universidades.

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Do Recife,

Elaine de Paula.

http://www.vermelho.org.br/

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