Comemoração Pelos 48 anos do Golpe Militar Acaba em Confusão.

 

Cerca de 350 pessoas, a maioria representantes de movimentos sociais de esquerda, bloquearam a entrada principal do Clube Militar, na esquina da Avenida Rio Branco com Rua Santa Luzia, onde se realizava uma comemoração pelo golpe militar de 1964 organizada por militares da reserva.

O tempo todo os manifestantes gritavam palavras de ordem, chamando os militares de torturadores, assassinos e covardes. Cada militar que chegava ao local era cercado, xingado e só conseguia entrar no prédio sob escolta da PM.

Uma pessoa foi presa após trocar socos e pontapés com um militar. O policiamento do local foi reforçado pela tropa de choque da PM, que chegou a fechar a avenida Rio Branco por dez minutos, quando várias pessoas tentaram impedir que o jovem fosse levado pela polícia, cercando o veículo. O trânsito só foi liberado após os policiais usarem bombas de efeito moral, cujos estilhaços feriram na barriga a manifestante Miriam Caetano, de 33 anos.

Um dos militares revidou ao xingamento, pegou o celular de um manifestante, que reagiu. Houve empurra-empurra, e o estudante de Ciências Sociais Antônio Canha, de 20 anos, acabou sendo atingido por um tiro de descarga elétrica de uma pistola Taser. Os manifestantes também derramaram um balde de tinta vermelha nas escadarias do Clube Militar, representando o sangue derramado durante a ditadura, e atingiram um segurança do local com ovos.

Nas ruas próximas, vários cartazes com frases como "Ditadura não é revolução", "Onde estão nossos mortos e desaparecidos do Araguaia?", além de fotografias de desaparecidos durante os anos de chumbo. Parentes de desaparecidos compareceram ao protesto.

Os militares, que ficaram o tempo todo acuados dentro do prédio, saíram aos poucos do local. Uns pela porta dos fundos e outros, escoltados pela PM até uma estação do metrô que fica em frente ao Clube ou até conseguirem um táxi.

A Guarda Municpal e a Polícia Militar fecharam a Rua Santa Luiza ao trânsito na tentativa de dispersar a confusão. O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT) que passava em frente à manifestação, segundo ele por coincidência, pois ia entregar o Prêmio Ferreira Gullar na Biblioteca Nacional, considerou a comemoração dos militares uma provocação:

“Eles fazem este tipo de provocação, o que é uma ofensa à democracia e à Constituição brasilera. Inaceitável esse tipo de coisa depois que conquistarmos a democracia.”

FONTE: bemparana.com.br

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