Assassinado pelo regime militar, estudante segue símbolo da resistência e combatividade
No dia 28 de março de 1968, o estudante paraense Edson Luís, com apenas 18 anos, era assassinado pelo regime militar no restaurante estudantil Calabouço, no Rio de Janeiro.
Na época, os estudantes organizavam uma passeata para protestar contra o alto preço e a má qualidade da comida servida no restaurante. A Polícia Militar, que outras vezes já havia reprimido os estudantes no local, chegou ao restaurante com muita repressão. Na invasão, cinco jovens ficaram feridos e dois foram mortos. Um foi Benedito Frazão Dutra, que morreu no hospital, o outro foi Edson, que levou um tiro covarde no peito, à queima-roupa, de uma arma calibre 45.
Naquele momento, o jovem Édson Luís perdia sua vida e se tornava símbolo para a vida de muitos outros. Seu corpo foi levado pelos estudantes até a Assembléia Legislativa e velado à noite. Mais de 50 mil pessoas compareceram ao enterro, gritando palavras de ordem contra o governo e a violência: “Mataram um estudante. Podia ser seu filho!”, “Bala mata fome?”, “Os velhos no poder, os jovens no caixão”.
As manifestações de pesar e revolta aconteceram uma atrás da outra: greve nacional dos estudantes, luto por 3 dias no Rio de Janeiro, paralisação de espetáculos teatrais.
Hoje, a memória de Edson Luís segue viva no dia-a-dia do movimento estudantil. A luta por mais qualidade nos restaurantes universitários, bibliotecas e laboratórios, mais investimentos na educação mostra que suas reivindicações não foram em vão.
Já é tradicional no calendário do movimento estudantil brasileiro ocupar as ruas das capitais do país na chamada Jornada de Lutas da Juventude Brasileira, que acontece anualmente em março, mês simbólico justamente pela morte de Edson.
Neste ano, jovens da capital paulista e de Brasília inauguraram o evento, saindo às ruas para reivindicar pautas como a democratização da mídia, o fim do extermínio da juventude negra e a aprovação do Plano Nacional da Educação (PNE) com 10% do PIB para a educação pública.
Cada conquista leva um pouco do seu nome. Edson Luís, presente!
Da Redação da UNE
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