ENTREVISTA: VINÍCIUS CASTELLO, EM DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS E DAS PERIFERIAS


Tivemos a oportunidade de conversar com Vinícius Castello, que milita em defesa dos direitos humanos, sobretudo para as populações das periferias de Olinda.

Vinícius Castello é advogado, coordenador do coletivo Quilombo Marielle Franco e faz parte do Movimento Negro Unificado (MNU). Também é membro da comissão de igualdade racial da Ordem dos Advogados de Pernambuco e do núcleo de estudos constitucionais e políticas públicas da OAB/Olinda. Vejamos a entrevista.

1. Atualmente, o clima eleitoral vem pautando a maioria das discussões politicas nos municipios, fato esse que provoca a sociedade civil organizada a também fazer o debate sobre a cidade e seus rumos administrativos. Dessa feita, como o seu trabalho social, pode trazer subsídios para se pensar sobre Olinda? 

Meu trabalho social tem o intuito de fazer o que venho feito a anos: pautar a periferia. É entendendo a periferia como potência, como estrutura de uma sociedade que nos diz que somos miseráveis e ignorantes que me lanço enquanto periférico para representar o povo que sabe na vivência o que é não ter direitos. É através de ações diretas que movimente a econômica, cultura, educação e mudando uma realidade já fadada a posições estabelecidas muito antes da nossa existência que estamos construindo, coletivamente, essa candidatura. É entendendo que quem movimento a cidade de Olinda são as pessoas pobres que o trabalho social será feito, pois acredito que a política de base só pode ser de fato evidenciada através de ações efetivas. Esse é o nosso objetivo. 

 2. Como você avalia a gestão municipal de Olinda? 

A gestão atual de Olinda é uma gestão fadada ao fracasso. Fracasso porque não há sensibilidade em entender a demanda do povo. Não há participação popular. Não há escuta, empatia, solidariedade. Não há satisfação em trazer quem vive a realidade do povo olindense para o debate. Precisamos entender que a democracia só pode ser valida se o povo estiver sendo contemplado e infelizmente não é o que estamos vendo na gestão atual. 

 3. Como você avalia o atual trabalho da câmara de vereadores? 

Ineficiente. A primeira câmara do Brasil deveria ser o retrato de como a sociedade é: diversa. Mas indo contrário a isso, não vemos vereadores que tenham compromisso com a população, que saiba do peso que é estar ocupando esse espaço, que represente pautas da sociedade e esteja alinhado com quem faz política em todos os bairros da sociedade. O que temos, hoje, são representantes que o povo não se vê. Que não atua durante o mandato e que não conseguem ter credibilidade. Só podemos ter uma câmara de fato representativa quando tivermos pessoas aptas a estarem nesses espaços. 

 4. Na condição de um possível pré-candidato ao cargo de vereador, quais seriam os principais eixos de atuação para o seu mandato?

Minha candidatura vem para trazer empoderamento para a periferia. É na periferia que pretendemos atuar. Com o povo, com a base. Luto contra toda e qualquer forma de opressão pois sou ativista em direitos humanos, o que me coloca numa posição de lutar pelo direito de todas as pessoas, sem exceção. Eu luto por um mundo mais justo, equânime, inclusivo, de direitos. É entendendo o meu corpo como um ato político que me lanço como opção dentro de um município que falha em ter bons representantes!

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