Os estudantes voltaram a protestar contra o aumento de 8,66% nas passagens de ônibus e prometeram parar o Recife, na próxima segunda-feira, caso a Grande Recife Consórcio de Transporte não reduza o valor da tarifa. Ontem à tarde, eles se reuniram em frente ao antigo prédio do Ginásio Pernambucano, na rua do Hospício, bairro da Boa Vista e seguiram, acompanhados por um carro de som, à sede da Secretaria das Cidades, na rua Montevidéu.
Os jovens esperavam ser recebidos pelo secretário da pasta, Danilo Cabral. No entanto, foram recepcionados por 20 policiais militares que informaram que todos os funcionários da secretaria tinham sido liberados. “O secretário tinha pedido realizássemos nenhuma outra manifestação e assegurou que se reuniria com a gente hoje (ontem). Ao chegar na secretaria encontramos as portas fechadas e policiais nos informaram que não havia mais nenhum funcionário no local. Enquanto não houver um acordo, os protestos continuarão”, destacou o presidente do Diretório Acadêmico da UFPE, Daniel Pires.
O grupo voltará a se reunir na próxima segunda-feira e, de acordo com a presidente da União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (Uespe), Stephannye Souza, a previsão é de que o número de manifestantes triplique com a volta às aulas. “Queremos deixar bem claro que se a passagem não baixar, vamos parar o Recife”, ameaçou. Os estudantes seguiram pela avenida Agamenon Magalhães e voltaram pela Conde da Boa Vista, encerrando o protesto por volta das 18h30 no cruzamento com a rua do Hospício.
A manifestação corria de forma pacífica até que aproximadamente 150 estudantes fecharam o cruzamento entre rua Bandeira Filho e a avenida Agamenon Magalhães. Preso no engarrafamento, o proprietário de um Honda Civic prateado furou o bloqueio feito pelos jovens e chegou a arrastar um deles por cerca de cem metros, alterando os ânimos na manifestação.
O rapaz foi retirado de cima do veículo pelo capitão Tibério Noronha, da Assessoria de Segurança do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), com sede na Agamenon, e sofreu apenas escoriações. “Eu me coloquei na frente do carro e, assim que retirei a pessoa de cima do capô, o veículo entrou no TRE. Ele estava com crianças no carro e entrou no prédio porque ficou assustado”, destacou.
O proprietário do carro, um advogado de 40 anos, afirmou que o estudante se jogou em cima do veículo e que a filha e as sobrinhas, de 3, 4 e 5 anos, começaram a gritar achando que se tratava de um assalto. “Acho que tem que pedir pra baixar preço mesmo e protestar, mas não agindo com inconsequência e impedindo o direito de ir e vir de quem não tem nada a ver com aquilo”.
PARECER
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) emitiu ontem um parecer pelo arquivamento do Procedimento de Investigação Preliminar que investigava o reajuste. Segundo o promotor de Justiça Ricardo Van Der Linden, o Grande Recife Consórcio de Transporte usou o indicador responsável para medir a inflação oficial do País.
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