Funcionários dos Correios decidem por greve a partir da 0h desta quarta


Paralisação é nacional e por tempo indeterminado  
Após reunião no centro social da Soledade, no Centro do Recife, os cerca de 500 carteiros, operadores de triagem e transbordo e atendentes comerciais decidiram decretar greve por tempo indeterminado a partir da 0h desta quarta-feira (14). A categoria não abre mão, pois alega que não tem reajuste salarial há cerca de 2 anos.

Os trabalhadores reivindicam aumento de R$ 400 para todos os funcionários, além de vale-refeição de R$ 30, vale-cesta de R$ 300 e contratação de mais pessoas. Em Pernambuco, são mais de 3 mil funcionários, e o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios e Telégrafos no Estado (Sintect-PE) espera que ao menos 80% dos trabalhadores adiram a greve. A paralisação é nacional, mas Pernambuco foi o primeiro estado a decretá-la.

Entregas de cartas e encomendas pelos Correios vão continuar sendo realizadas, mas com atrasos 

Brasília – Os serviços de entrega rápida dos Correios, como Sedex Hoje, Sedex 10 e Disque Coleta, estão suspensos temporariamente por causa da greve dos funcionários da estatal, que começou hoje (14). Segundo o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, a entrega de cartas e encomendas comuns continuará sendo feita, mas poderá haver atrasos.

De acordo com dados da empresa, até as 12h de hoje, cerca de 32% dos 109 mil trabalhadores dos Correios aderiram à paralisação. Segundo Pinheiro, os funcionários que estão em greve terão o ponto cortado. “Greve é um direito das pessoas, mas quem faltar ao trabalho terá o dia cortado”, disse.
A greve é por tempo indeterminado. Os funcionários dos Correios reivindicam 7,16% de reajuste salarial, referente à inflação, reajuste dos vales refeição e alimentação e aumento real de R$ 400. Além disso, os empregados querem que o piso salarial, que hoje é de R$ 807, passe para R$ 1.635.

A empresa apresentou proposta de reajuste salarial de 6,87%, relativo à inflação entre julho de 2010 e agosto de 2011, abono salarial de R$ 800, aumento de R$ 50 para todos os funcionários a partir de janeiro e reajuste do vale-alimentação acima da inflação. Com o início da greve, a oferta foi retirada. “Enquanto a greve persistir, não haverá mais negociação. Retiramos a proposta e só voltamos a negociar com a suspensão da greve”, disse Pinheiro.

Ele disse também que a proposta apresentada foi o limite orçamentário do que poderia ser oferecido pelos Correios e que a diretoria da empresa ainda está analisando se vai entrar na Justiça contra a paralisação dos trabalhadores.

De acordo com Saul da Cruz, do comando de negociações da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), 34 dos 35 sindicatos de trabalhadores do país aderiram à greve. Cruz alerta que algumas agências franqueadas continuam atendendo a população, mas não há garantia de que as encomendas serão entregues, já que os carteiros estão em greve.
 

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